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SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO

ORIENTAÇÕES PRÁTICAS PARA UMA BOA CONFISSÃO

 

 

     “Cristo instituiu o sacramento da Penitência para todos os membros pecadores da sua igreja, antes de tudo para aqueles que, depois do batismo, cometeram pecado grave, e com isso perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial”. (catecismo da igreja católica, nº 1446)

 

1_ORIENTAÇÕES GERAIS

 

1. O Sacramento da Reconciliação é designado também por outras expressões:

Sacramento da Penitência, da Confissão, do Perdão, da conversão,da alegria.

 

2. Quem busca o Sacramento da Reconciliação, deve, antes de tudo:

-Reconhecer que tem pecados; saber que o pecado é ofensa a Deus e ruptura contra o próximo.

 

-Acolher e experimentar a imensa misericórdia de Deus para com os pecadores.

-Arrepender-se pelas faltas cometidas e ter a firme vontade de não repetir os erros.

 

-Fazer o exame de consciência, ou seja, verificar quais pecados cometeu, para saber o que contar ao padre na hora da confissão.

 

-Ter fé no sacramento da reconciliação, isto é, acreditar que, de fato, esse sacramento perdoa os pecados e restabelece a comunhão do penitente com Deus e com os irmãos e irmãs.

 

3. Confessar não é:

-Contar ao padre as coisas boas que fez. Isso é exaltar a própria vontade. É de mau gosto: não pega bem nem fora da confissão.

 

-Relatar o pecado dos outros. Isso cai no campo da maledicência ou fofoca.

 

-Desabafar as próprias queixas, descarregando nos ouvidos do confessor um monte de angustias e tristezas. Para isso convém marcar outro horário com o padre, ou buscar a ajuda de algum profissional, como o psicólogo.

 

-Dizer ao confessor: “Padre, não tenho pecado!” Se não tem pecado, está dispensado da confissão. Jesus diria: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”(cf. Jo 8,7).

 

2_ EXAME DE CONSCIÊNCIA

 

     Cada penitente conhece as faltas que cometeu, sem necessidade de investigação minuciosa para descobri-las. Mais importante do que fazer uma lista de pecados e arrepende-se pelos erros praticados e o sincero desejo de começar um projeto novo de vida. O que vale, acima de tudo, é o sentimento de amor a Deus: “Senhor eu vos amo de todo coração!”. São Pedro, na 1ª Carta, nos recorda: “Conservem  entre vocês um grande amor, porque o amor cobre uma multidão de pecados”(1Pd 4,8)

     Ao fazer o exame de conciência, seja sincero(a) com você mesmo(a). Para isso peça luzes do Espírito Santo:

     Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado. E renovareis a face da terra. Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

 

Em seguida, reflita sobre os seguintes pontos:

-Eu me aproximo do Sacramento da Reconciliação com desejo sincero de conversão, renovação de vida e amizade mais profunda com Deus e com o próximo?

 

-Tenho esquecido ou omitido, de propósito, algum pecado grave, em minhas confissões anteriores?

 

-Tenho me esforçado para por em prática os compromissos assumidos?

 

O formulário que propomos, a seguir, visa principalmente ao mundo dos jovens e adultos. Mesmo assim, serve apenas como orientação. No caso das crianças, tenha-se muito cuidado ao lhes apresentar qualquer tipo de roteiro. Para não acontecer que as crianças confessem pecados que só adultos podem cometer.

 

1.Meu relacionamento com Deus

 

     Que lugar Deus ocupa em minha vida? Deus é importante para mim, ou faço dele um pronto-socorro que só me serve nos momentos difícieis? Tenho me preocupado em adquirir a instrução cristã, ouvindo a palavra, participando das celebrações? Participo da vida da comunidade? Ou prefiro viver individualmente a minha fé, sem compromisso com ninguém? Preocupo-me com a minha vida espiritual, ou apenas me interesso por moda, dinheiro, festas, sexo, prazer? Tenho ofendido a Deus com blasfêmia e juramentos falsos? Tenho falado com respeito a Deus e aos santos?

 

2.Meu relacionamento comigo mesmo

 

     Considero minha vida como um precioso dom de Deus? Tenho cuidado com minha saúde e com a saúde e a vida dos outros? Ponho a serviço da família e da comunidade as qualidades que recebi de Deus? Tenho cuidado e respeito com meu corpo, sabendo que Deus está presente nele? Tenho manchado minha mente com pensamentos ou desejos impuros? Tenho escandalizado os outros com minhas palavras e ações?

 

3.Meu relacionamento com os outros

 

     Tenho me relacionado bem com a família? Tenho prejudicado os outros com ofensas e calúnias? Tenho desprezado o próximo, sobretudo os pobres, os doentes, os idosos, as pessoas de outras raças? Tenho aconselhado ou praticado aborto? Sou honesto(a) nos negócios? Tenho roubado, prejudicado o próximo ou cobiçado seus bens? Guardo ódio de alguém? Estou de mal com alguma pessoa?

 

4.Meu relacionamento com as coisas

Deixo-me escravizar pelos bens que possuo: casa, carro, dinheiro, emprego, posição social? Tenho respeito e cuidado com os bens públicos: jardins, parques, iluminação, água, orelhões? Tenho cuidado para não poluir o ar, a água, enfim a natureza? Sei controlar-me na comida e na bebida, de modo a não prejudicar a mim mesmo e aos outros? Tenho algum envolvimento com drogas? Tenho dedicado pouco tempo a família e muito tempo a tv, a Internet?

 

3.ATO DE CONTRIÇÃO

 

     Convidado pelo sacerdote, o penitente pode manifestar seu arrependimento de maneira espontânea, ou escolher uma das seguintes fórmulas:

-Senhor Jesus Cristo, Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dignai-vos reconciliar-me com vosso Pai pela graça do Espírito Santo; purificai-me, em vosso sangue, de todo pecado, e fazei-me renascer para uma vida nova, a fim de proclamar a vossa glória. Amém.

 

-Senhor, eu me arrependo sinceramente de todo o mal que pratiquei e do bem que deixei de fazer. Pecando, eu vos ofendi, meu Deus, sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Prometo firmemente, ajudado por vossa graça, fazer penitência, não mais pecar e fugir às ocasiões de pecar. Senhor, tende piedade de mim, pelos méritos da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, nosso salvador. Amém.

 

-Meu Deus, tende misericórdia de mim na vossa bondade: desviai a face dos meus pecados, apagai a minha iniqüidade, criai em mim um coração puro e daí-me um espírito reto. Amém.

 

4.NA HORA DA CONFISSÃO

 

a-Acolhida ao penitente

 

     O sacerdote acolhe o penitente com amor fraterno e, se for o caso, o saudará cordialmente. Em seguida, o penitente faz o sinal da cruz, dizendo: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Depois, o sacerdote, com uma breve fórmula, encoraja o penitente a ter total confiança em Deus. È bom que o penitente, se não for conhecido do confessor, diga se é solteiro, casado, sacerdote, consagrado pelos votos religiosos.

 

b-Confissão dos pecados

 

     Em seguida, com simplicidade, o penitente confessa seus pecados. O sacerdote, ouvida a confissão, pode dar-lhe alguma orientação ou conselho. Se o penitente causou dano ou escândalo a alguém, será exortado a repará-los devidamente. A seguir, reza o ato de contrição (ver modelos anexo n.4).

c-Aceitação da satisfação

 

     O confessor, com base na natureza das faltas confessadas, lhe dá uma penitência, chamada também de satisfação. A satisfação consistirá em orações, mortificações e, sobretudo, na ajuda ao próximo e em obras de misericórdia, que põem em evidência o aspecto social do pecado e do perdão.

 

d-Absolvição sacerdotal

 

     O sacerdote estende as mãos, ao menos a direita, sobre a cabeça do penitente e pronuncia a fórmula da absolvição dos pecados (cf.n.6). A seguir, o sacerdote o despede com a paz de Cristo. È bom que o penitente agradeça ao confessor o perdão recebido. È também conveniente que permaneça um pouco mais na igreja, a fim de manifestar gratidão ao Deus de amor e perdão.

 

5.A FORMULA DA ABSOLVIÇÃO

 

     A fórmula da absolvição mostra que a reconciliação do penitente procede da misericórdia do Pai; indica perfeita ligação entre a reconciliação e o mistério pascal de Cristo; exalta a ação do Espírito Santo no perdão dos pecados, e finalmente, evidencia o aspecto eclesial do sacramento, uma vez que a reconciliação com Deus é solicitada e concedida pelo ministério da igreja.

Quando o penitente tem as condições para receber a absolvição, o sacerdote lhe impõe as mãos (ao menos a direita) sobre a cabeça e, em nome da Trindade e da igreja, pronuncia as seguintes palavras: “Deus, Pai de misericórdia, que, pela morte e ressurreição de seu Filho, reconciliou o mundo consigo e enviou o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda, pelo ministério da igreja, o perdão e a paz. “EU TE ABSOLVO DOS TEUS PECADOS, EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO”. O penitente responde: Amém.

 

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

1. Quem perdoa os pecados?

 

R: “Só Deus tem poder para isso”(cf. Mc2,7). Por ser Filho de Deus, Jesus diz de si mesmo: “O Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados” (cf.Mc 2,10). A igreja recebeu a missão e o poder de perdoar os pecados, porque foi o próprio Jesus Cristo que lhe conferiu: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, ficarão retidos” (Jô 20,22-23).

 

2.Então, quem é o ministro deste sacramento?

 

R: São os bispos e os padres que têm a virtude do sacramento da Ordem, o poder de perdoar todos os pecados “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

 

3.Pode-se confessar diretamente com Deus?

 

R: O perdão, de fato, vem de Deus. Entretanto, o pecado é um ato social. Mesmo que seja praticado e conhecido somente por quem o praticou, ele tem conseqüências sociais, isto é, prejudica toda a comunidade humana. Por isso, Jesus confiou à igreja também a administração deste sacramento. Ora, sacramento é sinal sensível da graça. O padre, por mandato de Jesus, é o representante da comunidade. Cabe a ele acolher o penitente e, em nome da Trindade e da igreja, perdoar-lhe os pecados.

 

4.Quando devemos confessar?

 

R: A igreja ensina que os pecados graves devem ser confessados ao menos uma vez por ano, e sempre antes de receber a comunhão. Entretanto, convém pensar o seguinte: Quando ofendo um amigo, fico inquieto até não me reconciliar com ele. Por que? Porque não quero perder sua amizade, nem ficar afastado de sua companhia e afeição. Então, o quanto antes lhe peço que me perdoe. Por que me privar da amizade de Deus por muito tempo?

 

7. TEXTOS BÍBLICOS PARA MEDITAÇÃO

 

-“Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura” (Sl 145,8-9).

 

-“Tu és o Deus que perdoa, cheio de piedade e compaixão, lento para a cólera e cheio de amor” (Ne 9,17).

 

-“Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, e sim para que o mundo seja salvo por meio dele” (Jô 3,16-17).

 

-“A bondade e o amor de Deus, nosso salvador, se manifestaram. Ele nos salvou, não por causa dos atos justos que tivéssemos praticado, mas porque fomos lavados por sua misericórdia através do poder regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3,4-5).

 

8. ORAÇÕES

 

Salmo 130: confiança no perdão de Deus

 

Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz!

Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece!

Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?

Mas em vós se encontra o perdão, eu vos amo e em vós espero.

No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra.

A minhálma espera no Senhor mais do que o vigia pela aurora.

Espere Israel pelo Senhor, mais do que o vigia pela aurora!

Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção.

Ele vem libertar Israel de toda sua culpa.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

Como era no principio, agora e sempre. Amém.

 

Pai-nosso

 

     Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje. Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixais cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

 

Ave-maria

 

     Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

 

Glória ao Pai

 

     Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no  princípio, agora e sempre. Amém.

 

Salve -Rainha

 

     Salve, Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei. E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre virgem Maria! - Rogai por nós, santa mãe de Deus. - Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

 

Creio

 

     Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu a mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus; está sentado á direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; na vida eterna. Amém.

 

Para passar bem o dia (noite)

 

     Maria, minha querida e eterna mãe, colocai vossa mão sobre minha cabeça. Guardai minha mente, coração e sentidos, para que eu não cometa pecado. Santificai meus pensamentos, sentimentos, palavras e ações, para que eu possa agradar a vós e ao vosso Jesus e meu Deus. E assim, possa partilhar da vossa felicidade no céu. Jesus e Maria, dai-me vossa benção: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.